O Grupo Maracatu Bloco de Pedra teve sua origem na Escola Estadual Professor Antônio Alves Cruz a partir da organização de projetos educativos pelos seus ex-alunos, ex-professores, ex-diretores, pais de ex-alunos e alunos de maneira voluntária, como forma de melhorar a qualidade do ensino e para a manutenção de sua cultura escolar, no turno e contra turno escolar e aos finais de semana.
Nos anos 2000/2001 a Escola enfrentava um processo de ameaça de desativação e então se iniciou uma série de atividades realizadas por esses voluntários dirigidas a toda comunidade escolar, formada por pessoas vindas de todas as regiões da capital paulista. Uma dessas atividades, o “Projeto Calo na Mão”, é mantido até hoje e consiste em oficinas de percussão e dança. Os encontros originaram o Grupo Maracatu Bloco de Pedra, criado em 2005.
Atualmente, o “Bloco” é formado por cerca de 100 brincantes e com uma formação composta por corpo de dança e percussionistas que utilizam instrumentos tradicionais desta manifestação cultural como as alfaias, os agbês, as caixas de guerra e os gonguês, além de indumentárias como as grandes saias rodadas e o estandarte.
Em seu repertório estão toadas (músicas) de autoria do grupo, além de toadas de domínio público tocadas tradicionalmente pelas Nações de Maracatu pernambucanas. Seus versos ajudam a contar a história do grupo, sua luta pelo fortalecimento da identidade do Maracatu e pela difusão dessa e de outras culturas de matriz africana e ainda homenageiam figuras importantes de sua história como o educador Ary de Rezende, o jongueiro Daniel Reverendo e a multiartista Raquel Trindade.
O Maracatu Bloco de Pedra se apresenta em cortejo, em formação para palco ou ainda em formações reduzidas adaptadas para eventos, além de realizar oficinas e workshops de percussão e dança.
Ao longo de sua trajetória se apresentou regularmente nos principais eventos do calendário festivo, periferias e mais de 30 escolas públicas na cidade de São Paulo além de importantes espaços culturais, entre eles: algumas edições da Virada Cultural, carnavais de Rua na cidade de São Paulo, Festas de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Revelando São Paulo, Circuito Cultural Paulista, diversas apresentações em unidades do SESC-SP, além de eventos em outras cidades da grande São Paulo, do litoral e interior paulista. Todo o recurso arrecadado, incluindo os cachês obtidos por meio das apresentações, são 100% revertidos para o financiamento das oficinas e demais atividades sociais desenvolvidas pelo grupo de forma gratuita.
Em 2018 o grupo foi contemplado no Prêmio de Culturas Populares pelo Ministério da Cultura, além de já ter realizado diversos projetos com apoio do poder público ou privado.